OpenAI reclama que milhões de dólares são gastos com “por favor” e “obrigado”: Será o fim da boa educação na era da IA?

A inteligência artificial vem transformando o mundo — e agora, até a nossa maneira de falar com as máquinas está em pauta. Recentemente, a OpenAI, criadora do famoso ChatGPT, revelou um dado curioso e polêmico: milhões de dólares em custos operacionais são gerados simplesmente porque usuários digitam expressões de cortesia como “por favor” e “obrigado” nas interações.

Essa informação rapidamente ganhou repercussão, levantando uma pergunta incômoda: será que devemos abrir mão da educação ao interagir com inteligências artificiais para economizar dinheiro?


Como a cortesia gera custos?

Em sua essência, os grandes modelos de linguagem (LLMs) como o GPT-4 e o novo GPT-4o são baseados em gigantescas infraestruturas de processamento. Cada palavra digitada consome recursos computacionais, desde o armazenamento em servidores até o processamento e a resposta que será gerada.

Quando bilhões de interações são realizadas todos os meses, até as pequenas palavras — aparentemente inofensivas — se somam a um custo monstruoso. Para grandes empresas como a OpenAI, que precisam manter enormes data centers e pagar contas de energia astronômicas, cada processamento a mais importa.

Segundo fontes internas, o excesso de palavras desnecessárias pode gerar custos anuais multimilionários, considerando o volume de interações no ChatGPT, na API para empresas e em integrações de terceiros.


Deixar de ser educado? O debate ético

É aqui que o debate fica interessante: vale a pena educar os usuários a serem “objetivos” e deixarem a cortesia de lado para economizar dinheiro?

De um lado, os defensores da eficiência argumentam:

  • Reduzir o texto aumenta a velocidade de resposta;
  • Economiza energia e recursos, ajudando também no impacto ambiental;
  • Torna as interações mais produtivas, especialmente em ambientes corporativos.

Por outro lado, críticos apontam:

  • A cortesia é parte da cultura humana e abandonar isso pode nos desumanizar;
  • Ensinar pessoas a serem rudes com máquinas pode afetar comportamentos humanos ao longo do tempo;
  • A interação polida melhora a experiência do usuário, especialmente para crianças e pessoas em formação.

Afinal, não estamos apenas otimizando bits — estamos moldando o jeito que as futuras gerações se comunicam.


O que a OpenAI sugere?

Ainda não há uma diretriz oficial obrigando ninguém a mudar a forma como interage com seus modelos. No entanto, alguns treinamentos corporativos já vêm sugerindo que usuários:

  • Evitem palavras de cortesia em prompts;
  • Foquem no objetivo direto da pergunta ou comando;
  • Reduzam interações redundantes, como cumprimentos e despedidas.

O objetivo seria tornar a comunicação mais econômica, especialmente para quem usa as APIs pagas da OpenAI em larga escala.

Mas é claro: para o usuário comum, nada muda — você ainda pode (e deve, se quiser) ser educado com a IA.


O impacto cultural de falar com máquinas

Essa discussão levanta uma questão maior: a tecnologia molda nosso comportamento social.

Assim como o e-mail trouxe uma nova formalidade nos anos 90 e os aplicativos de mensagem trouxeram o “textês”, as inteligências artificiais também estão reescrevendo padrões de comunicação.

Será que, em um futuro próximo:

  • As crianças vão achar estranho dizer “por favor” para um robô?
  • Seremos treinados a dar comandos secos, quase militares?
  • Ou conseguiremos balancear eficiência com humanidade?

São perguntas que ainda não têm resposta — mas que precisam ser feitas agora.


Como equilibrar eficiência e educação

Se você, assim como eu, acredita que ainda há espaço para a boa educação, aqui estão algumas dicas:

  • Seja educado, mas objetivo: Um simples “por favor” no início ou fim da frase já é suficiente.
  • Evite redundâncias: Não precisa agradecer dez vezes em uma única interação.
  • Lembre-se que IA não sente, mas você sim: manter o hábito da cortesia é mais para o seu bem-estar social do que para a IA.

Assim, conseguimos economizar recursos sem abrir mão dos nossos valores humanos.

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